1 Há a fronteira e a ausência dela; por isso me divido. Mas o grito que me sobra não se dilui no vazio, em pleno suicídio: reconstrói, palavra a palavra, a própria infinitude das coisas após as coisas, é assim um modo de recuperar a vida, a vida porque sim, como os astros na abóbada negra infinitamente porque sim. A vida, feita portanto do apelo irracional, mas também de memória, de ficção, de sucessivos revestimentos - nomeações do próprio enigma, suportes linguísticos para os rostos (ou fantasmas) que percorrem, a meu lado, a cidade sem deus.
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2 Quem não tenta esquecer as ruínas, o sangue e a morte? O exorcismo do esquecimento poderá conter-se na representação de tudo isso? Os homens enganam-se com a luz interna que lhes permite ver o mundo e substituir nele, com paraísos de devaneio, imagens velhas ou proximidades degradadas. Quando recorrem ao sortilégio da noite, por diversas razões do mesmo apelo, é da noite electrificada e ruidosa que falam, convictos, cosmopolitas, entregues. Já não referem, com efeito, a noite dos que morreram em nosso nome, sem bares, sem luz, percorrida no pavor das feridas. Nem recordam sequer das madrugadas húmidas, os ruídos baços, os mortos chegando. A bonomia mundana, após cada «vernissage» do sucesso e do inconformismo escandalosamente conformado, não conhece culpas nem a urgência da denúncia - elege-se na plena encenação dos novos mitos. Pintar, por exemplo, é agora fingir a raiva pela banalidade enfática dos meios, numa fealdade sem destino, antecipadamente paga em moeda forte: o sangue tornou-se dourado e as superfícies negras e rugosas, que nada devem ao nosso engano ou ao nosso abismo, convocam apenas o ritual sumptuoso de uma missa sem língua. Para muito dos nossos contemporâneos, optar é esquecer.
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3 Colocando entre parênteses os críticos do retrato emblemático e outros perturbadoramente iguais que foram surgindo nos anos oitenta, sinto-me de novo tentado a questionar o destino implícito nas solidões ou nas solidariedades da pintura, o como e o porquê dos esplendorosos instantes de revolta - na própria contensão de um quadro como «Guernica», na terrível ressonância que Edvard Munch imprimiu àquele seu grito isolado na ponte. Claude Roy ensinou-nos a olhar para Picasso como um pintor do espírito, da violência e da doçura do sentir. Foi através dele, no «Amor da Pintura», que me envolvi dramaticamente nessa evidência de que um quadro é um ser vivo, um ser que sentimos e que, acima de tudo respira. E se Picasso tinha necessidade de simular a pobreza para entender por dentro a sua própria condição humana - ou seja, o modo de alcançar a alma da sua arte e da sua voz - então Jonas, vítima de várias brasileiras em retratos possessivos, tinha razão quando se dilacerava no vértice agudo das duas verdades de que era feito, como Picasso ou Van Gogh, ou Modigliani, ou quase todos os primeiros heróis da interpretação contemporânea da diferença, na semelhança do humano e na urgência de uma voz original cada vez mais destituída de sentido pela febre mundaníssima dos falsos ídolos, da avalanche do consumo tarde ou cedo à porta da oficina.
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4 Para um pintor como eu, cuja experiência passada é um lastro decisivo ou mesmo pesado, absorvente, dilacerante, o problema do discurso e da sua natureza envolve as questões principais todas - e não apenas essa ideia tão grata a certas escolas contemporâneas de que a pintura é, antes do mais, «uma superfície coberta de cores dispostas segundo determinada ordem». Ainda hoje penso que, se Maurice Denis enunciou um princípio elementar, urgente para quem começa a escrever por dentro das formas, essa verdade não pode tornar-se totalitária, início e fim de todo o projecto pictórico. A base não é a cúpula.
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5 O que vemos é contingente, sem dúvida. Mas a incerteza inscrita no mundo pode ser, ela mesma, um dado com que se trabalha. Haverá porventura os que preferem reduzir a aparência ao dogma da perspectiva central, como quem espreita a paisagem pelo buraco de uma fechadura. Parece hoje irrelevante que a perspectiva central seja convocada, à maneira de verdade, para o espaço plástico. Mas não é menos absurdo que a procuremos exorcizar sem apelo, sobretudo em termos poéticos, só porque parece tão incerta e tão redutora quanto os sistemas que a precederam. De resto, deixando de parte muitas das reduções actuais, conformadas ao plano ou à pura desertificação dele, é tão legítimo trazer para a pintura vários sistemas de representação como é indispensável recorrer às projecções ortogonais para exprimir com verdade as plantas e os alçados de um projecto de arquitectura.
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6 Entre o contraste agressivo das significações e a plácida horizontalidade da planície, há a constante mutação dos elementos, ainda que imperceptível por vezes, e isso dura minutos ou milhares de anos. É a dinâmica própria das coisas. É também, em certa medida, a raiz da nossa mobilidade visual perante tudo o que parece imediato na superfície das aparências e todo o enorme sedimento que prepara o impulso criador: desde a qualidade da percepção ao espaço da concepção, entre milhares de passagens sobre os territórios da paz e do alarme.
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DADOS BIOGRÁFICOS
João Manuel Rocha de Sousa (Silves, 29 de Agosto, 1938 - Lisboa, 3 de Outubro, 2021)
Dados Gerais e formação:
Diplomado em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde ingressou como assistente, em 1964.
Professor Agregado, desde 1970, pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde desenvolveu actividade docente, de investigação e de coordenação científica, nomeadamente enquanto presidente do Conselho Científico.
Professor Auxiliar Convidado no Núcleo de Tecnologia de Ensino à Distância e também na Universidade Aberta.
Membro da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte, onde desempenhou funções de secretário.
Foi membro dos corpos de gestão (Direcção e Conselho Técnico) da Sociedade Nacional de Belas Artes.
Participou em júris de provas para a obtenção do título de Professor Agregado e fez parte de outros júris nacionais de artes plásticas e de comissões para programação do ensino secundário e para estudo da integração das Escolas Superiores de Belas Artes na Universidade.
Membro fundador da Associação para Defesa do Património Histórico e Artístico de Silves.
Actividade pedagógica em pintura no ARCO e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para estudos introdutórios à didáctica das artes plásticas.
Actividade pedagógica, através de textos publicados e lições videogravadas no âmbito do Ano Propedêutico.
Actividade Geral:
Participou, desde 1964 nas principais exposições colectivas efectuadas no país e em representações portuguesas no estrangeiro, além de ter realizado diversas exposições individuais ou de grupo em galerias portuguesas.
Principais exposições colectivas em que participou, no País e no estrangeiro:
1958
Exposição Histórica e Bibliográfica de Silves, 1963
Exposição 10x3 (pintura e desenho), Luanda
Exposição Geral de Artes Plásticas, Luanda 1964/1965
Salões de Arte Moderna, Documental e de Outono, Junta do Turismo, Estoril
1965/1966
Exposições de Grupo I e II, com Gil Teixeira Lopes, Hilário e Hélder Batista - Sociedade Nacional em Lisboa
1965
II Salão de Desenho e Gravura, SNBA, Lisboa
1966
Jovens Pintores, Jovens Poetas, Grupo, Lisboa
Salão de Maio, SNBA, Lisboa
III Salão de Desenho e Gravura, SNBA, Lisboa
Inauguração de Novas Salas, Museu de Ovar
Salão Nacional de Arte Moderna, SNI, Lisboa/Évora
1967
I Salão de Arte Moderna do Funchal
I Salão de Arte Moderna (Artes Plásticas), Moura
Inauguração da Galeria Permanente da SNBA, Lisboa
II Salão Nacional de Arte Moderna, Lisboa
Salão «General Motors», SNBA, Lisboa
1969
11 Pintores, Museu de Arte Moderna do rio de Janeiro Colectiva na Faculdade de Ciências, Lisboa
Exposição de Grupo com Nuno Siqueira, João Vieira e Menez - Galeria Judite Dacruz, Lisboa
Exposição de Grupo com os mesmos autores, Lisboa
1970
Colectiva na Galeria Alvarez, Porto Colectiva na Escola Superior de Belas Artes, Porto IV Salão de Arte Moderna de Luanda (prémio) Novos Sintomas na Pintura Portuguesa, colectiva na Galeria Judite Dacruz, Lisboa, Exposição Mobil, SNBA, Lisboa, Exposição de Desenho JUAN MIRÓ, Barcelona, Exposição ABSTRACTOS E NEOFIGURATIVOS, Barcelona
1971
V Salão de Arte Moderna de Luanda Colectiva de Desenho, Galeria de Arte Moderna, SNBA
1972
Exposição da Crítica (A.I.C.A.), SNBA, Lisboa
1973
Exposição 73, SNBA, Lisboa Exposição da Crítica (A.I.C.A.), SNBA, Lisboa
1975
Exposição «FIGURAÇÃO HOJE», SNBA, Lisboa Exposição Colectiva sobre Colagem, SNBA, Lisboa GRAVURA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA 70/75, Paris - França ARTE PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA, Brasília e S. Paulo - Brasil 20 Anos de Gravura, Gulbenkian, Lisboa Arte Moderna Portuguesa, SNBA, Lisboa ARTE PORTUGUESA, Lunds - Suécia Gravura Portuguesa Contemporânea, (C.G.P.), Lisboa ARTE PORTUGUESA, República Democrática Alemã Salão «Pena de Morte e Tortura», SNBA, Lisboa Arte Portuguesa Contemporânea, Caracas
1977
«Papel como Suporte na Expressão Plástica», SNBA Salão «Mitologias Locais», SNBA, Lisboa Cultura Portuguesa em Madrid, Madrid - Espanha
1978
Salão de Arte Moderna, SNBA, Lisboa GRAVURA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA, Brasil
1979
Salão «Arte Portuguesa Hoje», SNBA, Lisboa Salão de Artes Plásticas de Coruche, Coruche Salão «Desenhar e Gravar», SNBA, Lisboa Exposição Colectiva, Galeria 1º andar da SNBA Artes Plásticas e Banda Desenhada, (S.E.C.), Galeria Nacional de Arte Moderna, Belém, Lisboa
1980
«CONVENÇÕES DO DIZER», exposição de grupo com Carlos Carreiro, Gil Teixeira Lopes, Hélder Batista, José Cândido, Jorge Pinheiro, Lima Carvalho, Matilde Marçal, Natividade Correia, Pedro Rocha, Querubim Lapa, Rogério Ribeiro e Virgílio Domingues - SNBA, Lisboa, Exposição «FIGURAÇÕES INTERVENÇÕES» (autores portugueses e estrangeiros, organização de Egídio Àlvaro) SNBA, Lisboa
1981
Exposição de Homenagem a Picasso, SNBA, Lisboa
1982
Exposição «O Papel como Suporte na Expressão Plástica», SNBA, Lisboa Exposição de Arte Moderna, SNBA, Lisboa
1983
Tendências da Arte Actual Portuguesa: exposição da SNBA, Lisboa Exposição de grupo: abertura da Galeria Olaias, Lisboa Exposição «Pequeno Formato». SNBA, Lisboa
1984
Bienal de Vila Nova de Cerveira (artistas convidados) Exposição de grupo de (desenho e colagem): novo ciclo da Galeria da Junta de Turismo da Costa do Sol, Estoril Exposição de Pintura e Gravura (grupo): átrium da Casa da Imprensa, Lisboa Exposição de Arte Moderna (colectiva), SNBA, Lisboa 10 ANOS DEPOIS DE ABRIL (colectiva), SNBA, Lisboa Exposição comemorativa do 3º Centenário da morte de Josefa d'Óbidos (colectiva de pintura, escultura, desenho, gravura, objectos e instalações): Escola Superior de Belas Artes/Departamento de Artes Plásticas e Design (repetição na Câmara Municipal das Caldas da Rainha) Exposição colectiva integrada num conjunto de actividades culturais da Escola Secundária de Queluz
1985
Exposição ARTE PORTUGUESA DOS ANOS 80: SNBA, Lisboa III Exposição da AICA: participação com uma série de diapositivos - projecção contínua - intitulada A HISTÓRIA MAL CONTADA OU AINDA D. SEBASTIÃO, SNBA, Lisboa Exposição colectiva de inauguração de «A Galeria», Cascais Exposição da Colecção Gulbenkian de Arte - CENTRO DE ARTE MODERNA, Lisboa Exposições de Grupo em Évora e Cascais
1986
Exposição de Grupo (com Lima de Carvalho, Matilde Marçal, Gil Teixeira Lopes, Hélder Batista, Rogério Ribeiro, Nelson Dias, Marília Viegas e José Cândido) na Galeria Príncipe Real Exposição de Grupo no «convívio» do Rest. GOODIE's, Lisboa III EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA FUNDAÇÃO GULBENKIAN
1987
Exposição «6 PROFESSORES DA ESBAL», Galeria Nova, de Torres Vedras, dirigida por António Ceia - Autores: Rocha de Sousa, Lima de Carvalho, Rogério Ribeiro, Isabel Sabino, Maria João Gamito e Nelson Dias
1988
Participação em exposições colectivas em Coimbra e Torres Novas Exposição colectiva em Vila Franca de Xira
1990
Exposição de Homenagem a Luís Dourdil, Estoril
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Exposições Individuais:
1967
PINTURA | Galeria do «Diário de Notícias»
Antropomorfismo e abstraccionismo numa fusão expressiva (por vezes fortemente acentuada) e em que a tonalidade lírica se afirma de maneira global. Memória do expressionismo no âmbito de uma nova figuração.
Objectos: pintura a óleo sobre tela.
Títulos: «Modificações» (I, II, III), «Lírica Da Metamorfose», «Intimidades» (I, II,III), «Mutilações».
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1968
DESENHO | Luanda: Museu de Angola
Antropomorfismo e abstraccionismo numa fusão expressiva (por vezes fortemente acentuada) e em que a tonalidade lírica se afirma de maneira global. Memória do expressionismo no âmbito de uma nova figuração.
Objectos: técnica mista (gráfica) sobre papel. Título genérico: «Ilustrações Para Uma Metamorfose Do Espaço Aparente». Apresentação: Aníbal Fernandes
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1969
DESENHO | Galeria Quadrante, Lisboa
Série de Desenhos em que foi procurado o confronto expressivo de várias técnicas de representação e um particular desdobramento do espaço, por cortes evidenciados e frontalizados.
Objectos: técnica mista (gráfica) sobre papel. Tema genérico: espaço figurativo. Apresentação: Francisco Bronze
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1969
COLAGEM | Galeria de Arte Moderna, SNBA, Lisboa
Série de colagens desenvolvendo a noção de corte, de negativo e positivo, de rotação, de repetição, de alternância, contraste ou contraponto, a partir das técnicas gráficas dos desenhos expostos na Galeria Quadrante.
Objectos: papéis em colagem e tratamento gráfico sobre madeira. Tema genérico: forma/espaço/colagem Apresentação: Dr. Manuel Rio Carvalho
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1971
PINTURA | Galeria Judite da Cruz, Lisboa
Desenvolvimento em pintura das técnicas e do universo presentes nas exposições das Galerias Arte Moderna e Quadrante. As modificações do real através de uma apropriação por fases, por corte, por rotação, por nivelamento e acentuação. Estudo prático da mobilidade visual aplicado fisicamente à desmontagem das coisas.
Objectos: acrílica e tinta «spray» sobre tela. Sem título genérico. Texto do autor.
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1972
«AS PERSONAGENS ILUSTRADAS» (pintura) | Galeria Judite da Cruz, Lisboa
Série de pinturas, numa ordem temática em torno de «personagens» da realidade social, mitologia do quotidiano citadino, arquétipos reinventados na denúncia do consumismo, das alienações, das grandes ausências.
Objectos: (1x1 m): acrílica sobre tela. Títulos: «O Emigrante», «O Banqueiro», «A Velha», «O Soldado», «O Playboy», «O Manequim», «O Automobilista». Sem texto. Indicação de que os trabalhos partiam de documentos fotográficos da actualidade.
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1973
PINTURA | Galeria Judite da Cruz, Lisboa
Abordagem, por associação de técnicas mistas e com um pendor gráfico similar do «poster», de aspectos da mitologia do quotidiano lisboeta e/ou da actualidade.
«O expressionismo refreado não conduz a uma figuração de segundo grau de carácter satírico.
Como já sugeri, toda a distanciação psíquica é em Rocha de Sousa acompanhada de um sentido de globalidade, a cuja transparência aspira e onde, entre a rejeição e a recuperação, se estabelece uma dialéctica que se apodera de todos os elementos. Pela sua violência implícita, o expressionismo do pintor vai surpreender interiormente as imagens feitas e correntes, tomando em relação a elas uma posição crítica» (in catálogo, ensaio de Rui Mário Gonçalves).
Objectos: acrílica, têmpera, lápis e tinta da China sobre «cartão-madeira».
Títulos: «Estrada Nacional nº 4», «Estrada Nacional nº3», «Tráfego», «Manifesto» «Futebol», «Crónica Feminina», «Anónimo», «Histórias da Guerra», «Largada», «Manequim», «Seara», «Hot-Pants», «Rali», «História Trágico-Marítima».
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1982
1. «QUESTÃO DE LINGUAGEM E PROJECTO: APOCALIPSE (NOW) OU A RECONSTRUÇÃO DA TORRE DE BABEL»
2. «UM OLHAR PELOS RESTOS DA VIAGEM OUTRORA»
Galeria de Arte Moderna da SNBA
O primeiro trabalho, concebido e executado em colaboração com a pintora Maria João Gamito, foi apresentado e aceite na Bienal de Desenho LIS/81.
PINTURA, DESENHO, COLAGEM | Galeria S. Francisco, Lisboa
Em paralelo com as pesquisas integradas na anterior exposição, as obras constantes desta mostra (para além de cinco pinturas a acrílica sobre tela) formavam uma longa sequência tratada pela imagem e pela palavra, com uso sobretudo da técnica da colagem (papéis, fotocópias, fotografias) e vários tipos de representação. Aqui se coordenaram prolongamentos e cruzamentos do expressionismo, da abstracção, da nova figuração, do realismo, no ensaio renovado da exploração do espaço e da forma por corte, rotação, competição, contraste, repetição e ordenação geométrica.
PINTURA, DESENHO, COLAGEM | Galeria do «Jornal de Notícias», Porto
PINTURA, DESENHO, COLAGEM | Galeria Municipal, Portalegre
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1983
AS COISAS E AS PALAVRAS | Galeria de Arte Moderna da Sociedade Nacional de Belas Artes
Trabalho em co-autoria com a pintora Maria João Gamito: relação texto/fotografia/desenho - série por grupos temáticos e numa unidade de expressão em torno de igual função poético-pedagógica.
DESENHO E PINTURA | Galeria da Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico e Cultural de Silves
Recomposição sintética da série sobre a «Guerra Inútil», incluindo um pequeno conjunto de desenhos sobre o mesmo tema.
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1984
COLAGEM E PINTURA | Ciclo de Artistas Plásticos Portugueses do Lions Club de Sintra, Hotel Tivoli
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1986
PINTURA E COLAGEM | Galeria da Livraria Bertrand, Lisboa
Lançamento, no mesmo dia, da edição (editora Figueirinhas) do livro de ficção «OS PASSOS ENCOBERTOS», no prelo desde o ano de 1983.
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1987
PINTURA E COLAGEM | Galeria da Livraria Bertrand, Porto
Acção idêntica à de Lisboa, incluindo o lançamento do livro «OS PASSOS ENCOBERTOS» (vide artigo da escritora Nunes «Para uma recuperação dos Sisifianos», no Jornal de Letras - Abril 87.
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1989
HISTÓRIAS DA GUERRA OU O REAL IMPOSSÍVEL | Galeria 5, Coimbra
Apresentação: Matos Chaves
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Actividade artística específica:
O autor desenvolveu uma extensa actividade de divulgação cultural por meio de programas audio-visuais, sobretudo na RTP, a par de acções pedagógicas com diaporamas e vídeos. A investigação artística específica centrou-se no cinema em Super-8 e no vídeo.
Séries de televisão:
Programa: «PERSPECTIVA» (divulgação da actividade artística e afins) realizado em 12 filmes por José Elyseu.
Programa: «APROXIMAÇÃO À PINTURA» (12 filmes formulando o entendimento estrutural e de discurso da pintura): realização de José Elyseu e apresentação de Rocha de Sousa.
Programa: «INTERVENÇÃO ARTÍSTICA» (dedicado ao panorama da arte de vanguarda ou de intervenção) colaborado por José Luís Porfírio e realização de José Elyseu.
Programa: «A ARTE E AS COISAS» (abordagem da relação entre o mundo concreto e a arte, sobretudo a pintura, procurando abrir leituras novas e uma compreensão da arte nos nossos dias), RTP/cor, com realização de José Elyseu.
Programa: «AUTORES PORTUGUESES» (dedicado a Amadeo de Sousa Cardoso, Jorge Barradas, Almada Negreiros, Martins Correia, Júlio Resende e Júlio Pomar), RTP/cor, com realização de José Elyseu.
Filme dedicado a: «JOSÉ ESCADA», RTP/cor, realizado por José Elyseu.
«FORMAS PLÁSTICAS», produção do ITE; cor, realização de de Rocha de Sousa e participação de Lima de Carvalho.
Filme sobre: «QUERUBIM LAPA» RTP/cor, realização de José Elyseu, distinguido pela Universidade da Televisão.
Filmes sobre a Central Tejo: «MUSEU ENCOBERTO», e sobre o museu Heidoven, «MUSEU QUE VIAJA», RTP.
Filme sobre Almada: «ALMADA, PORTUGUÊS E MITO» (dedicado à obra de A. Negreiros), RTP/cor, realização de José Elyseu.
Programa: «PORTUGAL CONTEMPORÂNEO: A ARTE POSSÍVEL» (dedicado à história da arte portuguesa contemporânea de 1900 e 1975), produção RTP/cor, realização de José Elyseu.
Programa: «A MÃO: O HOMEM EM PROJECTO» (12 filmes dedicados à aproximação do estudo da evolução do Homem nos seus diversos habitats, nascimento e multiplicação de instrumentos, das artes e dos engenhos), produção RTP/cor, realização de José Elyseu.
Vídeos didácticos:
No âmbito da Universidade Aberta: «TAPEÇARIA PORTUGUESA», «TAPETES DE ARRAIOLOS» e «SONETO DE CAMÕES», trabalho de concepção, realização e montagem em equipa.
No âmbito da ESBAL: diaporamas sobre «CAMPO ESTRUTURAL DA LINGUAGEM PLÁSTICA», «FORMA PLÁSTICA INTEGRADA», «OUTROS MODOS DE FORMAR» e «PROJECTO ARTÍSTICO».
Vídeos:
«REAL IMPOSSÍVEL», «PINTURA DE FÁTIMA MENDONÇA», «OBRA DE LIMA CARVALHO, ROGÉRIO RIBEIRO», «RELATÓRIO SOBRE O 1º ANO/IAPD», «EXPOSIÇÃO DE HOMENAGEM A LAGOA HENRIQUES» e «DOCUMENTÁRIO SOBRE A ESBAL» (1988, 1989 e 1990).
Filmes de ensaio:
Trabalhos em Super-8, cor, som magnético: «SEMEARAM VENTOS», «O VÉU DENTRO DA CIDADE», «RUPTURA NO INTERIOR», «A MORTE DE ANA ORWELL», «MEMÓRIA E FICÇÃO», «A CASA REVISITADA», «O PRISIONEIRO», «ELES CRESCEM ASSIM». Colaboração de Lima Carvalho, Lurdes Robalo, Hélder Batista, Maria João Gamito e Carla Batista.
Vídeos de ensaio:
«A CARTA» (8/VHS) com Ana Machado e Zélio Ferreirim; «A HORA ZERO» (8/VHS) com Ana Machado; «O TÚNEL», «VENTOS», «SINAIS», «ESCOLA SUPERIOR DE BELAS ARTES», «A PRAGA» (9/VHS) com Rui Moutinho, Ana Machado e Fátima Mendonça, 1990; «MISSA NEGRA» (8/VHS) com Ana Machado e Fátima Mendonça; «PROJECTO K» (8 /VHS) com Fátima Mendonça; «A PAIXÃO» com Fátima Mendonça.
Nota: o filme «O VÉU DENTRO DA CIDADE», premiado no Festival de Coimbra, foi apresentado em França; e o filme «A MORTE DE ANA ORWELL» escolhido para a antologia 10 anos de Super-8 no mundo, Cinemateca Nacional, 1986.
Ensaio, crítica de arte e obra literária:
O autor trabalhou no aprofundamento das questões relativas ao fenómeno artístico, tendo publicado ensaios sobre vários temas em jornais e revistas como: «COLÓQUIO» (artes); «REVISTA DE ARTES PLÁSTICAS»; «SEMA»; «JORNAL DE LETRAS»; «DIÁRIO DE NOTÍCIAS»; «JORNAL»; «EXPRESSO»; revista semanal «OPÇÃO».
Exerceu actividade como crítico de arte na revista «& ETC» e sobretudo no jornal «DIÁRIO DE LISBOA» (suplemento literário).
Publicou ensaios de reflexão no âmbito das artes plásticas e seus contextos sociológicos no suplemento «FIM DE SEMANA DIÁRIO».
Bibliografia:
Publicou «PARA UMA DIDÁCTICA INTRODUTÓRIA ÀS ARTES PLÁSTICAS» (com Hélder Batista); «DESENHO»/área: artes plásticas (TPU); «TECNOLOGIA DA EXPRESSÃO»/ texto para professores (DGES).
«AMNÉSIA» (teatro, edição de E. Fernandes de Matos)
«OS PASSOS ENCOBERTOS» (romance, editora Figueirinhas)
« ANGOLA 61» (romance, editora Contexto)
«A CASA REVISITADA» (romance, edição do autor)
«A CULPA DE DEUS» (romance, editora Tartaruga)
«BELAS-ARTES E SEGREDOS CONVENTUAIS» (romance, editora Tartaruga)
«A CASA» (romance, editora círculo de Leitores)
«PEDRO CHORÃO» (ensaio, editora Imprensa Nacional-Casa da Moeda)
«DOURDIL» (ensaio, editora Imprensa Nacional-Casa da Moeda)
«EDUARDO NERY» ( editora Imprensa Nacional-Casa da Moeda)
«GRAVURA - GIL TEIXEIRA LOPES» (análise da obra)
«GIL TEIXEIRA LOPES - RETROSPECTIVA GRAVURA» (análise da obra)
Outros dados:
ROCHA DE SOUSA
está representado em colecções nacionais e estrangeiras, nomeadamente: ESBAL, FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA, MUSEU DE SKOPJE e diversos museus regionais (Abel Manta, Ovar, Estremoz, Mirandela, entre outros).
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