quinta-feira, 4 de junho de 2009


ARQUITECTURA ORGÂNICA











( Taliesin West )


«A Arquitectura Orgânica busca um sentido superior de utilidade e um refinado sentido de conforto, expressos em simplicidade orgânica

FRANK LLOYD WRIGHT

é um dos mais importantes arquitectos do século XX.
Nasceu em Richland Center, Wisconsin a 8 de Junho de 1867.
Com a tenra idade de 12 anos, os pais de Wright mudaram-se para Madison, onde frequentou o Liceu. Foi na quinta de seus tios em Spring Green, durante umas férias de Verão que Wright realizou o sonho de se tornar arquitecto. Em 1885, deixou Madison sem completar o liceu e começou a trabalhar com o chefe do departamento de Engenharia da Universidade de Wisconsin, passando dois semestres a estudar engenharia civil. Em 1887 muda-se para a cidade de Chicago.
E é nesse período que começa a dar os primeiros passos como arquitecto, colaborando com o arquitecto Joseph Lyman Silsbee. Wright desenhou então, a construção do seu primeiro edifício, a capela de família Lloyd-Jones também conhecida por Unity Chapel.
Um ano depois, ingressou na firma Adler & Sullivan, adoptando o lema do director Louis Sullivan, A Forma segue a função. Sullivan acreditava que a arquitectura Americana deveria fundamentar-se na função Americana e não nas tradições Europeias, uma teoria que Wright viria a desenvolver no futuro. Sullivan foi indubitavelmente a sua primeira grande referência, influenciando fortemente a sua carreira. Entretanto, Wright conhece e apaixona-se por Catherine Tobin, que se tornaria a mãe dos seus cinco filhos. Em 1893, Wright separa-se do seu mentor, Sullivan, e abre a sua firma em Chicago. Cinco anos depois transfere o gabinete para a sua própria casa, em Oak Park. ( Oak Park Studio )

As primeiras casas construídas por este jovem e promissor arquitecto tinham um estilo muito próprio, usando um plano horizontal sem caves ou sotãos. Modelo que serviu de inspiração aos
Prairie School, um nome dado a um grupo de arquitectos cujo estilo assentava na cultura indígena. Mais tarde, Wright tornou-se um dos seus mentores. Algumas das suas criações que melhor referenciam
esse período são a Robie House em Chicago, Illinois e a Martin House em Buffalo, Nova Iorque.


Em 1909, depois de ter permanecido 18 anos em Oak Park, Wright deixou a sua casa e vai para a Alemanha com uma mulher chamada Mamah Borthwick Cheney. Regressam em 1911 para Spring Green e a sua mãe oferece-lhe um terreno de família, uma quinta onde ele passou parte da sua juventude e onde viria a construir Taliesin. Aí viveram até 1914, uma data inesquecível para Wright, marcada pela tragédia. Um empregado louco assassinou Cheney e mais seis pessoas, incendiando o estúdio de Taliesin em seguida. Previa-se que este terrível episódio acabasse por destruir a sua carreira mas contrariamente às expectativas, Wright reagiu com a decisão de reconstruir Taliesin. ( Taliesin I )

A obra de Wright, foi crescendo ao longo de 20 anos e o reconhecimento pelas suas construções inovadoras foi-se consolidando nos Estados Unidos e Europa.
Em 1915, ganhou o concurso para o projecto do Tokyo Imperial Hotel. É por esta altura que Wright começa a desenvolver as suas filosofias arquitecturais e sociológicas. Por Wright antipatizar com o atmosfera urbana, os seus edifícios tinham um estilo muito diferente dos outros arquitectos da época. A utilização de materiais naturais, claraboias e paredes repletas de janelas, possibilitava um contacto mais próximo com o meio ambiente. Foi também pioneiro na construção de arranha-céus. Edifícios altíssimos, imitando àrvores, onde um fuste central dava origem a outras divisões, ramificando-se e projectando-se para o exterior. Ele defendia que as formas encontradas na natureza não só deveriam fazer parte dos edifícios, mas acima de tudo, tornar-se a base da arquitectura americana. O edifício Larkin Administration em Buffalo, Nova Iorque (1903) e o museu Guggenheim em Nova Iorque (1943), são belíssimos exemplos desta teoria, este último revelando semelhanças com uma concha ou caracol.









Em 1932, Wright, usou o Taliesin para fundar uma escola de arquitectos (The Frank Lloyd Wright Foundation), onde jovens arquitectos podiam pagar para aprender e trabalhar com ele. De ínicio, cerca de 30 aprendizes foram viver com ele em Taliesin.







Através desta Fundação, Wright criou obras grandiosas, tal como a célebre, Fallingwater. Neste período, casou-se e separou-se de
Miriam Noel e conheceu a sua terceira mulher, Olivanna Milanoff. Os dois viveram cinco anos em


Taliesin onde criaram um filho, mas à medida que o casal ia envelhecendo, os duros Invernos do Wisconsin começaram a tornar-se insuportáveis, obrigando-os a mudar para ares mais quentes.









( Taliesin West )

Decorria o ano de 1937, quando Wright mudou a sua família e a associação de arquitectos para Phoenix, no Arizona e aí construiu uma sede do Taliesin, o Taliesin West, onde passou os últimos vinte anos da sua vida.
O confortável clima do Oeste, proporcionou a Wright a possibilidade de integrar os espaços
exteriores com os interiores, levando-o a desenhar telhados altos e inclinados, tectos transparentes e grandes portas e janelas, separando subtilmente a casa do meio ambiente.

O Taliesin e o Taliesin Oeste, estiveram permanentemente sob construção, exigindo muito de Wright. Devido ao crescimento do número de associados, era imperativo o aumento das instalações, criando divisões e expandindo os espaços.












A 9 de Abril de 1959 e com 92 anos de idade, Frank Lloyd Wright, morreu em sua casa, em Phoenix (Arizona). Pela altura da sua morte, ele já era mundialmente conhecido pelo seu estilo de construção inovador e design contemporâneo.

Certa vez, Lloyd, terá dito:
«Cada edifício tem de responder à Natureza, e todos os edifícios têm de ter a sua própria Natureza.»







DVICE

Lake House

Obra e vida-slideshow

Obras de Frank Lloyd Wright



Ao longo da sua vida, criou 1,141 projectos, dos quais 532 foram realizados. O seu nome ficará para sempre associado a um design grandioso, não tanto pela forma dos seus projectos, mas sobretudo pela sua funcionalidade. No final, Wright demonstrou, que o urbanismo pode coabitar com a Natureza sem a destruir.

Miguel Baganha

Nota especial:
Daniela, minha querida, este post, dedico-o a teu pai.
Ele esteve sempre presente na minha memória ao longo desta edição. Estou certo de que nunca será esquecido pelos seus, além de saber que ficará, também para sempre, no coração do povo moçambicano, perpetuado através dos projectos realizados naquele país, muitos dos quais trabalhando Pro Buono.

Onde quer que estejas, um grande bem-haja, José Manuel Rocha de Sousa!